quinta-feira, dezembro 15, 2005

A vida é formada de encontros...


* Eu comecei a escrever esta frase, depois de mil anos sem escrever nada, ontem, dentro de um ônibus lotado... Veio uma necessidade enorme de escrever e peguei meu caderninho... Mas o idiota que estava sentado ao meu nado não teve pudor algum em fuxicar tudo, ficou todo torto e torcido tentando ler o que eu escrevia, mesmo com minha mão esquerda cobrindo propositalmente. Acabou que perdi todo o fio da meada e guardei pra depois continuar....
Não continuei... Por que eu tinha que sentar perto desta criatura??? Por que não havia mais lugar algum pra eu poder trocar??? Por que peguei engarrafamento e demorei tanto que esqueci o que estava pensando???

¬¬

quarta-feira, novembro 16, 2005

Nascer
Falar
Andar
Correr
Provar
Entrar
Ler
Escrever
Contar
Somar
Dividir
Provar
Passar
Entrar
Estudar
Provar
Passar
Trabalhar
Comprar
Pagar
Trabalhar
Pagar
Trabalhar
Preocupar
Adoecer
Curar
Trabalhar
Preocupar
Provar
Provar
Provar
.
.
.
.
.
.

Morrer
.
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.
.
.

E viver? Quando se vive?Ainda se tem tempo pra isso?

terça-feira, novembro 15, 2005

Móveis in Rio!!!

Acho que todo mundo que me conhece sabe o quanto esperei pra ver um show do Móveis Coloniais de Acaju...
Quando ouvi "Seria o rolex?" pela primeira vez, não sabia que ficaria deste jeito agora... Não imaginava que ficaria com tanta raiva da do ônibusa da caravana ter atrasado no dia dia do show deles no Curitiba Rock Festival, não imaginava que ia ficar tão chateada por ter perdido o show.

Com o cd quase furando e completamente viciada, cantando e pulando pela casa, espero ansiosa pelo fim de semana, quando eles farão três shows aqui no Rio.
Quem vai comigo????


Aqui vai a agenda com todos os detalhes:

18-11
Alien Nation - tradicional festa de rock do Rio de Janeiro, com a participação
de Móveis Coloniais de Acaju.
Djs edinho, wilson power e luciano vianna
Local: Club London Burning - rua da Carioca 54 - Centro (Rio), ao lado do Cine
Ideal e quase em frente ao Cine Íris.
A partir de 23h
R$ 10 p/ lista amiga e com flyer, R$15 demais

19-11
Festa de 20 anos da Rádio Interferência (91,5 FM)
Com Móveis Coloniais de Acaju, Coquetel Acapulco, Fanfarra Paradiso, El Efecto e
Coyotes
+ Poesia,vídeos, palco livre, apresentações diversas
Local: Rua Joaquim Silva 71 - Lapa. DE GRAÇA!

20-11
Móveis Coloniais de Acaju, Coquetel Acapulco (RJ), Fanfarra Paradiso (RJ) e
Infláveis (RJ)
19h
Saloon 79 - Rua Pinheiro Guimarães, 79 - Botafogo
Ingresso: 5 reais




Falei deles na coluna do Regalengu deste mês.... por isso mesmo não falo nada aqui, assim que o informativo sair, eu aviso e poderão ler lá mesmo... (Propaganda é ou não é a alma do negócio?)

segunda-feira, novembro 07, 2005

Andando sem direção
buscando ainda o chão.
Sem saber o que vem pela frente e apagando o que já passou.
O agora não é percebido, é atropelado sem perdão.
Seguindo sem sentir, buscando sem saber o quê.
O mundo mostra beleza, mas a pressa impede de ver.
A busca por mais impede o deleite do já adiquirido.
Impede a percepção, cega, cala, feca, tranca.
Prisão de grades invisíveis que impede até de respirar.
Sufoca, deixa morrer, mas não deixa o morto perceber.
Isola, amordaça, corrói, corta as asas.
A alma é sugada, o corpo só trabalha.
Coração mantém o funcionamento, mas vida lá já não habita.
Grita.....
socorro....
risadas.....
morre....
anda....
levanta e vai...

domingo, outubro 16, 2005

Sobe sem olhar onde pisa
Desce sem saber o que tem embaixo
Anda sem olhar pro lado
Pára sem saber o ponto
Fala sem pensar
Cala quando devia falar
Luta por coisas sem importância
Desiste quando devia lutar
Ganha coisas sem sentido
Perde momentos preciosos
Pega o que não queria
Larga o importante
Ama quem não deve
Odeia em segredo
Entra em frias
Sai envergonhada
Vive como morta
Morre querendo viver...

terça-feira, outubro 04, 2005

Curitiba Rock Festival

Eu sempre tentei não fazer do blog um diário virtual, mas nem tem como falar do Curitiba Rock Festival sem ser mais detalhada, íntima...
A confusão começou n o bendito 11/07/05 quando eu abri minha caixa de e-mails e me deparei com a notícia: “Weezer no Brasil em setembro”. Tive cinco ataques dos nervos e começou o tumulto em casa: caras feias + discussões + insistência + negação + bate o pé + bate a porta + pula + chora + fala + cala . Fato é que a decisão estava tomada, só restava esperar o tempo passar...

... e passou...

Setembro chegou e ansiedade era tudo que corria em minhas veias. Decepção por não poder mais chegar sexta, a tempo do show do Ludov e Relespública, mas o festival continuava lá, só me esperando chegar.

Ônibus lotado + ingressos em mãos + pessoas conhecidas + pessoas desconhecidas + risadas + “My name is...” em post its identificadores + conversinhas + soninho + engarrafamentos + paradas + bundas quadradas + motorista perdido
Já em Curitiba, mas ainda no ônibus, sinais de felicidade chegavam pelo celular... torpedo da Deise e ligação da Tici me faziam acreditar que tudo era mesmo verdade sem que eu precisasse me beliscar pra isso...
Hotel..... check in... Pausa na fila pra telefonar pro coração e ouvir um “ Cacau... é hoje” tão fofo que me valeu um sorriso instantâneo.... chave... abre mala.... confere ingresso... escolhe roupa... desce e os encontros começam.... amigos queridos gaúchos e paulistas esperando no saguão.... [Abraça + beija + aperta + olha + fotografa + sorri + encosta + conversa. Acredita, Carol, acredita!!! Gente de verdade!!!!! Gente querida, gente amiga, gente fofa, gente linda, gente real!!!!! Gente querida que lembra até de trazer casaco de Porto Alegre pra você não morrer de frio (Tici querida!!!!)
Almoço com gaúchos queridos, narizes de Bozo, risadas, fotos, passeio, sorvete...
Olha pro lado, Carol, o coração ta ali, de pé e ao alcance de um peteleco... abraça, abraça, abraça. É nesta hora que eu conheço uma pessoa fofa com quem passarei a maior parte do fim de semana... Cibinha querida que não esqueço mais!
Gaúchos se vão e goianos ficam... Passeia, passeia, anda, anda, chocolate!!!!!! Chocolate!!!!!
Volta pro hotel!!! Não pode perder o ônibus, mas o motorista pode se perder ( de novo ).
Paulistas fofinhas, venham também, todos rumo ao Curitiba Master Hall... Ai! Confere o ingresso de novo!
Bolsas e pessoas devidamente revistadas, ingressos entregues... o primeiro passo depois disso é lindo.... nem importa se está frio, nem importa se está começando a chover, nem importa nada no mundo... Encontros, reencontros, novos abraços, beijos, apertões, fotos, sorrisos...

Shows ótimos e outros chatíssimos...
Rádio de Outono me fez feliz, me fez pular e gritar com a Ciba e o frio já tinha passado longe...
O Sete... ¬¬
Charme Chulo “Ah, vamos voltar lá pra fora pra conversar? É melhor, né?”
Biônica veio com um rock’n roll puro!!!! Yeah, baby!!!!! E dá-lhe grito, berro, pulo, porre.... Meninas paulistas (Liga Kinder) morriam de pular e gritar na minha frente e eu nem sabia se prestava atenção à banda ou a elas... mas deu pra dividir a atenção e aproveitar bem.
Cidadão Instigado..... À essa altura nem dava mais pra sair ou corria o risco de perder o lugar... mas se desse... lá fora estava muito mais animado, né?

Calor..... calor.... calor.... calor..... nada mais que calor e eu derretia no meio do povo e pessoas minúsculas como eu e as meninas sofrem mais ainda...

Acabou la Tequila chegou e me deu uma vontade louca de pular, dançar , cantar e gritar... pena que o espaço físico não me permitia tais luxos, tive que me contentar em gritar e cantar, as únicas coisas que não necessitavam espaço.

A espera mais longa veio agora.... Milênios de passagem de som (lembrando que as bandas nacionais não puderam passar som algum... ô, respeito, né?). Todos sabiam que assim que a próxima música começasse o mundo viria abaixo... mas quase que não veio... A mudança de local do Festival da Pedreira Paulo Leminski para o Master Hall era um problema muito mais complicado que apenas o endereço. A equipe do Weezer tentava não acreditar que o espaço entre o público e o palco era mesmo minúsculo como estavam vendo... Medo... muito medo de não ter mais show.

Quando o calor já começava a me vencer, o cansaço a me dobrar e a ansiedade a me corroer, eis que Rivers, Scott, Brian e Pat sobem ao palco.... My name is Jonas começa e o mundo realmente vem abaixo... todos berravam, pulavam, empurravam, amassavam..... Fui devidamente espancada, jogada, empurrada e expulsa de onde estava, juntamente com as pobres da Deise e da Ciba.... De relance, vi a Jubs sumindo, chorando e realmente me assustei com tudo aquilo... Nos perdemos de todas as outras pessoas e depois de conseguir não perder meu sapato, consegui chegar em um lugar “seguro” com Deise e Ciba... Lá nós poderíamos morrer em paz...
E começa a sessão de tentativas de ligações para amigos.... eu tinha que levar um pouco daquilo pra eles, não podia ficar com tudo só pra mim...

Set List:

- My Name is Jonas
- Tired of Sex
- Don´t Let Go
- In Garage (Scott no vocal)
- This is Such a Pity
- Big Me (cover de Foo Fighters)
- Perfect Situation
- Why Bother (Brian no vocal)
- El Scorcho
- Say it Ain´t So
- We´re All on Drugs
- The Good Life
- Beverly Hills
- Buddy Holly
- Photograph (Pat no vocal)


Quando as luzes se apagaram eu era nada, apenas lágrimas e sorrisos.... Nunca na vida eu gritei, pulei, cantei, sorri, chorei, berrei, morri e vivi tanto e tantas vezes como durante as 15 músicas que acabara de escutar. Já chorava durante o show e agora porque eles tinhas saído do palco...
Mas quem disse que acabou? Uma luz é acesa em meio à área VIP e o Senhor Rivers-Feliz-da-vida-com-o-show aparece com um violão nas mãos pra provar que nós ainda não tínhamos morrido o suficiente. Island in the sun tocada acústica, linda e com todos berrando a letra... Hip hip mata... ao menos matou a minha pessoa...
Mas eu soube logo, logo que aquela ainda não tinha sido a última morte da noite. O palco volta a ser iluminado e, pra acabar com a voz de todos, Rivers pergunta se alguém sabe tocar Undone no violão. Vi ali, subindo ao palco, a pessoa mais sortuda do mundo... Leandro o nome dele, o abençoado que tocou uma música inteirinha com o Weezer no show da minha vida. Depois daquilo, nada mais podia me surpreender, eu já havia morrido umas 47 vezes e guardei mais três mortes pras duas músicas que faltavam: Hash Pipe e Surf Wax America.
x_x
Morri.... morri... morri.... ninguém tinha reação nenhuma.... ninguém sabia o que fazer, o que falar, pra onde ir.... todos abobados e mortos.... mortos mas felizes...

Domingo 25/10

Acorda, toma banho, muda roupa, desce... amiguinhos queridos novamente no saguão, vamos todos ao Shopping Miller para o almoço mega gigantesco que reuniria todos os cariocas, gaúchos, goianos e paulistas na mesma praça de alimentação.... Momentos felizes e eu nem sabia onde ficar, com quem falar, o que fazer com tanta gente querida perto ao mesmo tempo...

Agora é hora do passeio dos cariocas e gaúchos por Curitiba. Perdidos? Que isso??? A Tici tem um mapa e nada pode nos deter!!! Ponto de ônibus-tubo!!! Hora de tirar cinqüenta mil fotos atrapalhando a passagem dos curitibanos... Enfim chegamos ao Jardim Botânico, lugar onde tivemos uma tarde linda e divertida, com a ajuda de nossos narizes de palhaço. Chuva nem atrapalhou em nada....
Despedida... Lari e Tici vão mais cedo e nem sei mais quando as vejo... fico triste...

Volta pro hotel...Telefonema... “Cacau, o Móveis ainda não tocou, vem agora”... Quem precisa de tempo pra se arrumar? Eu não, corro pro saguão e espero o maldito ônibus que não chega nunca... tristeza toma conta de mim.... não chegarei a tempo e não verei a banda que tanto esperei... O atraso me irritou e chego desolada ao Master Hall no último dia de festival... Perdi o Móveis Coloniais de Acaju, a doida da Karine Alexandrino e ainda dou de cara com Los Diaños no palco... pode piorar? Pode... Piorou no momento que lembrei que o fim de semana estava acabando e eu teria que voltar pra casa sem as pessoas na mala...
Ultramen? Ah! É melhor conversar lá fora!
Raveonnetes começa o show e, eu que nem esperava nada, nem de bom e nem de ruim, fui surpreendida pelo show, achei bem legal.... Só não foi melhor porque existem pessoas, ou melhor, seres ridículos e ignorantes que conseguem tirar a gente do sério... Como eu queria um cigarro pra enfiar goela abaixo de duas certas criaturas presentes na pista... >^/

Mercury Rev
....Sem mais palavras, apenas digo que fui hipnotizada..... Transcendental.... profundo.... sei lá como explicar...
Mas tudo já era um misto de admiração com o show tristeza por tudo estar no fim... Lágrimas, lágrimas e lágrimas.... nem tive mais força pra segurar....
E foi assim depois do show... na despedida coletiva.... tanta gente querida, tanta quente que amo e que veria sabe-se lá quando.... tanto abraço, tantas lágrimas, tanto sentimento... Uma frase da Ciba não me saiu da cabeça até agora “Não faz essa carinha não que me dá um aperto no coração”..... Pois é, meu coração ficou apertado, massacrado.....
Volta pro hotel cheia de lembranças e pensamentos...

Segunda de acordar cedo pra tomar café, check out, última voltinha pelos arredores com queridos que foram companheiros desde o início de tudo, corrida pro ônibus.... Ah, o ônibus.... horas intermináveis e paradas em lugares que vendem cds bizarros que me dão medo e habitam meus pesadelos... Previsão de chegada em Botafogo às 23h. Chegada real às 3h.

Saldo do fim de semana: Felicidade, resfriado, cansaço, roxo no braço, pisões, tapas, fotos intermináveis, garganta doida, voz que se foi, alegria, risadas, abraços, apertões, camiseta linda, cd viciante, lembranças queridas, amigos, lágrimas e saudades, saudades, saudades, saudades......

Alguém sabe onde arrumo uma máquina do tempo?

Enquanto não arrumo uma, fico vendo as fotos pra lembrar... Se quiserem, é só dar uma olhada no álbum.

sexta-feira, setembro 09, 2005

Fuga........

Tudo era tão estranho que não conseguia protestar. Nada lhe ocorria para que pudesse parar de sentir aquilo. E se estivesse errada? Colocaria tudo a perder por uma desconfiança? E se ela mesma tivesse causado tudo aquilo? Como pensar em respostas para todas as perguntas e ainda achar uma saída ao mesmo tempo? Não conseguia... Com sua cabeça confusa e bombardeada por perguntas, respostas, medos e culpa, tudo a sua volta parecia girar.
Cada minuto transcorrido parecia-lhe horas e horas sem fim. Casa movimento externo parecia final. Sentia como que a qualquer momento não pudesse mais evitar e, ao invés de se controlar sozinha, seria controlada. Perder o controle sobre si era o que mais temia, mas parecia que ia diminuindo com a mesma velocidade que tudo crescia a sua volta. Logo ela seria minúscula o bastante para ser pega e nem poderia mais se livrar.
Pensou em correr, mas pra onde? Não podia sair de lá sozinha e, aparentemente, ninguém estava interessado em mostrar a saída. Pensou em falar, mas não lhe davam espaço. Pensou em gritar, mas ninguém ouviria. Aproveitou um descuido e se jogou. Levantou e se impôs. Devia ir, tinha que ir, queria ir embora e tinha que ser imediatamente.
Após isso, ainda o medo permaneceu e lhe pareceu ainda mais forte. Sua atitude desencadearia uma reação e ela não tinha idéia de qual seria...
Silêncio predominante. Tensão, ansiedade e ainda o medo. Mesmo depois de escapar, nada lhe parecia certo. Nada lhe parecia normal. Foi embora sozinha... mas com o sorriso no bolso pronto para qualquer emergência. Tinha que estar preparada para usar caso fosse preciso...

segunda-feira, setembro 05, 2005

Chatos....

Sabe aquela pessoa chata? Todo mundo conhece alguém chato, isso é fato. Mas tem um tipo de chato que é pior, o chato que se esforça pra ser legal. Alguém que tenta ser legal, que tenta agradar a todos, procura ser atencioso (às vezes até demais).... alguém que está sempre por perto, o boa praça, o gente fina, o que quer se dar bem com tudo e todos, quer ser amigo de Deus e todo mundo...
Mas não dá... Tem gente que é chata e pronto, não tem jeito. O negócio é que, quando a pessoa é insuportável, você odeia, dá um fora, ignora e pronto, acabou o problema. MAs quando a pessoa tenta ser legal, simpática com você, procura agradar e tal... é impossíveldar um fora. Você mesmo não se perdoaria por isso, sentiria-se culpado, porque, poxa, coitada dela, né? Esforça-se tanto...
O que fazer? Nem sei.... aliás, aceito sugestões, visto que conheço gente assim e acabo me achando horrível por pensar coisas assim.... mas tem gente que não tem noção mesmo... não tem noção do que faz, nem do que diz, acaba não tendo noção que é chato...
E eu, será que sou uma destas pessoas chatas e que não se tocam? Pensei nisso agora... nhaiii.... que medo!

segunda-feira, agosto 29, 2005

Meio fio......

Espera sentada na esquina de sempre. Parada, observa o movimento da rua. Pessoas iam, vinham, conhecidos se encontravam e desconhecidos viravam amigos. Tudo acontecia rápido demais e lhe parecia não permitir deslizes. Todos pareciam-lhe tão cerros do que faziam, que nada a animava a levantar de lá.
Alguns passavam e nem a notavam. Outros achavam estranho a mesma figura que lá permanecia todo o tempo, alguns se perguntavam a razão de ela não sair nunca e uns poucos ainda tropeçavam nela ao cortar caminho pra algum lugar.
Ela não gostava de estar ali, mas nem sabia como sair. Disseram que era pra ela levantar. “Mas levantar e ir pra onde?”, perguntava-se o tempo todo, “ficar de pé e no mesmo lugar é quase a mesma coisa, nem adiantaria”. Disseram também que deveria dar o primeiro passo, mas não tinha a menor idéia para qual lado se direcionar...
Tudo parecia tão grande, veloz, severo e difícil, que, temendo perder-se num beco escuro ou mesmo em meio à multidão, ela ficava ali... sem coragem o bastante para nada e a vida lhe parecia sem graça...
Passar a vida sentada, olhando os outros viverem não era nada do que ela tinha sonhado... aos poucos ia percebendo que não podia mais esperar, teria que se levantar e andar.... andar sem rumo certo não lhe parecia uma coisa muito segura, e não era mesmo. Mas quem foi que disse que segurança é certeza de felicidade?
Levantou e deu um passo, mesmo sem saber pra onde ia. Deu outro, e outro e mais um.... e foi indo, caminhando, tentando perceber por onde andava, mas sem tentar prever o que encontraria quando virasse a esquina. Viu que isto não era apenas impossível, mas que tentar adivinhar as coisas doía... doía muito e só atava mais ainda os nós que a prendiam no chão... Se preciso fosse, perderia-se, mas sabia que no fim acabaria encontrando o caminho, mesmo que pra isso tivesse que desviar, entrar em becos sem saída e não ter medo de voltar e seguir por outro caminho...

quarta-feira, agosto 24, 2005

Loucura boa.....

Retirado do AURÉLIO:
Louco: 1. Que perdeu a razão; doido, maluco.
2. Contrário à razão; insensato.
3. Dominado por paixão intensa; apaixonado.
4. Esquisito, excêntrico.
5. Imprudente.
6. Doidivanas.



Eu sou completamente louca...
Não tenho razão, perdi faz tempo, joguei tudo pro alto uma vez e faria tudo de novo... mesmo sabendo que minha situação hoje não é das melhores, ser racional não é comigo e não sei "viver uma vida" considerada boa e estável fazendo algo que não amo, nem mesmo um pouquinho, sem me sentir um lixo completo... Jogaria tudo pro alto de novo e de novo e denovo e quantas vezes fossem necessárias com um sorriso no rosto
e sairia cantando...
Tá, não é um mar de rosas, mas sei que, mesmo com dificuldades, um dia vou conseguir me encontrar de verdade... =) *Otimista assim nem parece eu*
Sou dominada pela paixão sim, sou intensa e sou apaixonada.... quando gosto de alguém ou de alguma coisa, chega a doer... e dói mesmo, dói lá no fundo, mas é uma dor boa que não quero que sare nunca...
Tenho uma agonia tão grande que nem sei o que fazer com ela..... lidar com paixão tão grande assim que é um problema... e isso eu nem sei administrar...
Sou esquisita, sou excêntrica, sempre fui e sempre serei... ouço comentários de pessoas próximas e distantes... Antes me incomodava e até tentei me encaixar várias vezes, agora deixo pra lá, vivo muito melhor com minhas loucuras e conheci um bando de loucos pra andarem comigo pra lá e pra cá...
Só não sou imprudente e nem doidivanas... tá, não sou uma louca perfeita, mas se de 6 significados eu me encaixo em quatro, ao menos um projeto de louca eu sou...
Antes eu me sentia mal e me envergonhava quando ouvia e/ou percebia que pessoas me achavam louca... agora eu quero é mais gritar pra todo mundo ouvir...


Raul tinha razão:
"Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz"

terça-feira, agosto 16, 2005

Turning point

Quando eu estava no cursinho de inglês, há muito tempo (cruzes! que velha!), lembro que uma das minhas professoras propôs um trabalho. Cada um deveria escrever uma redação e apresentar depois pra turma. O tema era este: "A turning point". "Que raios vem a ser isso?", lembro que foi meu primeiro pensamento. Descobri depois que era pra falar sobre uma mudança radical que tivesse acontecido em minha vida, algo que tivesse mudado minha rotina, minha maneira de viver mesmo...
Acho que eu devia ter uns 15, 16 anos na época.... E o que de radical poderia ter acontecido comigo???? Nada... minha vida era a típica de muitos adolescentes, nada de absurdo acontecia nela... Minha redação foi uma enrolação só! Sorte que desde sempre eu sei como enrolar bem...hihihi....

Hoje, depois da faculdade, depois de largar tudo que deveria estar fazendo (deveria em tese), depois de ralar muito, de levar muito na cara, depois de aturar as coisas mais absurdas em todas as áreas... depois de tudo isso eu preciso mais que nunca de um turning point in my life......

Help me to find a way, help me to find myself.....

In off¹: Post desabafo, fez bem só de escrever...
In off²: Ô pessoa pra gostar de "in off's" assim como eu...rssss

sexta-feira, agosto 12, 2005

Um carro vermelho passou e só a cor foi notada. Vermelho... brilhante...
"Se fosse meu, seria tão brilhante assim? Acho que não, se fosse meu, eu não ligaria tanto..."
Pensamentos vazios transitam pela cabeça, enquanto, involuntariamente, ela procura mais vermelho a sua volta:
a roleta do ônibus...
a camisa de alguém...
esmalte nas unhas...
mochila de criança...
sirene da ambulância...
flores em um buquê...
propaganda de supermercado...
flores...
Volta-se para o buquê novamente e a s flores parecem piscar pra ela. Por um minuto, nada mais existe a não ser as flores. Por um longo minuto, que parecia eterno, nem barulhos, nem movimento, nem esbarrões... nada...
O ônibus anda e as flores ficam pra trás, com o entregador, que esperava o sinal verde acender pra atravessar...
Ela parecia derreter, parecia que sua vida tinha ficado pra trás junto com as flores. Nada mais tinha importância, nem pra onde ela estava indo, nem a hora, nada... só o que queria era aquele vermelho pra si. Não sabe ao certo se queria pegar, tocar... bastaria tê-lo pra olhar...
Sentia uma vontade louca de chorar, soluçar... e o mais desesperador era que ela não entendia o porquê de tudo aquilo.
O resto do dia perdeu o sentido... nada mais tinha a importância que teria normalmente... nada tinha graça, nada tinha sentido e, especialmente, nada tinha cor...
No fim do dia ela foi pra casa, tentou fingir que nada aconteceu, comeu, dormiu e e não sonhou. No dia seguinte teve de recomeçar tudo, mas as flores vermelhas nunca mais saíram de sua cabeça

segunda-feira, agosto 01, 2005

Sôdadi...

Penso em alguém...
Vai vindo aquela sensação, o peito apertando, os olhos mudando, o pensamento voltando...
Sinto uma coisa que é boa e ruim.
Uma coisa que dói, mas uma dor que lá no fundo me faz sorrir
sinto saudades de amigos que não vejo há anos
sinto saudades de pessoas que vi semana passada
e de pessoas que vejo todo dia
sinto saudades de pessoas que nunca vi realmente
e de pessoas que sei que nunca mais verei
Saudade que traz lembranças...
lembranças de uma conversa, de um sorriso, de um olhar, uma voz, um cheiro...
lembranças de uma foto, de uma frase...
lembranças de um abraço, de um jeito, de um beijo, de um simples contato...
Saudade de ver, saudade de ouvir, saudade se sentir, de tocar, de pegar, de falar, de apenas olhar...
Saudade é uma coisa estranha,
que nasce não sei onde e não interessa o porquê.
Saudade é saudade, não tem queexplicar,
só tem que sentir...

sexta-feira, julho 29, 2005

"Quando se fecha uma porta, abre-se uma janela"

Quem nunca ouviu este ditado? Metáforas sempre se mostram eficazes pra explicar, ensinar e/ou até pra dar lições de moral. Com este, em especial, eu até posso concordar, mas apenas parcialmente.
Muitas vezes quebramos feio a cara e depois acabamos encontrando uma solução. Sim, é verdade, mas perceba que eu não disse que "LOGO encontramos a solução", às vezes esse "depois" demora à beça...


Pode-se encontrar uma solução por acaso. Sabe aquela pessoa que te pediu informação na biblioteca e acaba virando o amor da sua vida e te faz esquecer aquele safado cachorro que t fez chorar? Aqui a metáfora poderia ser algo assim: Você perambula pela casa no escuro - sim, porque com as portas e janelas fechadas, não há luz. NEm vem procurar o interruptor da lâmpada, este ditado é tão velho que não existe eletricidade nele - quando de repente tropeça em alguma coisa, cai e acaba encontrando no chão a saída: um machado (um lenhador podia morar lá, sei lá). Você pega, dá na janela com ele e sai rapidinho sem olhar pra trás.


E aquele emprego que você tá procurando há um tempão sem resultado algum, até falar com um amigo que sabe de uma vaga pra te indicar? Metaforicamente é a mesma coisa que você andar pela casa e encontrar uma pessoa com uma vela acesa pronta pra te mostrar onde fica a janela mais próxima.
Mas e se não encontrarmos nem um machado, nem vela e nem ninguém??? Bom, aí temos que ir no tato mesmo, temos que ir procurando, testando, tentando, encostando na parede até chegar na janela. E isso é difícil pracaramba... E depois ainda temos que conseguir abrí-la...


Eu ainda tô procurando minha saída. Encontrei parede que não acaba mais, mas janela que é bom... nadinha...

domingo, julho 24, 2005

Coisas a fazer...

-Conseguir uma vaga na "Caravana Maldita" pro Curitiba Pop (ops! Rock) Festival
-Arrumar um emprego
-Gravar cds
-Formatar o micro
-Tomar decisões
-Consertar máquina
-Ligar para pessoas E pessoas
-Deixar de ser boba
-Aprender a cozinhar
-Comprar livros
-Visitar pessoas
-Arrumar o armário
-Pintar o cabelo
-Fazer óculos novos
-Dar entrada no diploma (ainda...)
-Dar faxina na casa
-Aprender a usar delineador
-Comprar roupas novas
-Voltar pra Yoga

ps.: Ordenadas aleatoriamente...

quinta-feira, julho 21, 2005

Distância

Nada como a distância para mudar sua impressão sobre algo. Hoje peguei a barca em direção à "Cidade Sorriso". Nunca o centro do Rio me parece tão calmo como quando vou pra Niterói. Não pego ônibus pra ir pra lá. Não tem nem graça. Como não é um lugar que eu vá muito, acaba sempre sendo algo diferente e a tradição de ir balançando até lá é boa parte da graça de atravessar a Baía de Guanabara. Conforme eu ia me distanciando do Rio, a Praça XV (onde fica aa estação das barcas) ia virando um lugar cada vez mais tranqüilo. Quieto até. Logo lá, um lugar cheio, barulhento e cenário para as confusões dos mais variados tipos de criaturas.


Mas a distância faz isso com a gente. Não é a toa que se diz que alguém que está de fora pode avaliar melhor um problema. A pessoa não está sentindo na pele, não está sendo atingida por fator algum, não está vivendo a situação. Pode, portanto, ser mais sensata em sua avaliação, dizem. Quanto a isso tenho certas dúvidas, mas nem cabe agora esta discussão.


Hoje eu me distanciei do Rio. Não muito, claro que não, afinal, Niterói é logo ali, do outro lado da poça (também conhecida como Baía de Guanabara). Mas foi o suficiente pra me fazer olhar com outros olhos para aquele lugar cheio de gente. Eu não me importava com o barulho, nem o estava ouvindo. Não me importava com as pessoas se esbarrando, com os moleques passando ou com os incontáveis ônibus. Eu era atingida apenas pela visão dos prédios se distanciando e o balanço do mar. Parecia que acidade que estava indo e não eu. A cidade ia embora levando com ela toda confusão, toda cobrança, horários, correria... tudo ia pra longe e eu estava tranqüila.


Na volta, depois do tempo na "Cidade Sorriso", sabia que estava voltando pra tudo de que tinha escapado umas horas antes, mas voltava mais leve, além de saber muito bem que nada sumiu de lá. Nem as coisas ruins que me irritam tanto, e nem as coisas boas, e me deu uma vontade enorme de voltar correndo pra elas...

sexta-feira, julho 15, 2005

Sometimes...

Às vezes a certeza de anos passa à dúvidade toda uma vida...
Às vezes aquele sonho lindo, alimentado com tanto ardor, morre num simples instante...
Às vezes tudo que você imaginou como sendo verdade, não passou de simples imaginação mesmo...
Às vezes planos construídos com tanto cuidado desabam bem na sua cara...
Às vezes, mesmo com a certeza da vitória, a partida nem começa...
Às vezes vocÊ solta a corda do balão por um segundo e ele voa pra nunca mais voltar...
Às vezes pessoas chegam e vão embora sem você notar...
Às vezes a vida te chama, mas você se encolhe tanto que nem chega a escutar...
Às vezes o "às vezes" se torna "sempre"....
... mas cabe a nós, às vezes, levantar e gritar...

quarta-feira, julho 13, 2005

Reinventando

Cotidiano
(Chico Buarque)

Todo dia ela faz tudo sempre igual
Me sacode às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã
Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar
E essas coisas que diz toda mulher
Diz que está me esperando pro jantar
E me beija com a boca de café
Todo dia eu só penso em poder parar
Meio dia eu só penso em dizer não
Depois penso na vida pra levar
E me calo com a boca de feijão
Seis da tarde como era de se esperar
Ela pega e me espera no portão
Diz que está muito louca pra beijar
E me beija com a boca de paixão
Toda noite ela diz pra eu não me afastar
Meia-noite ela jura eterno amor
E me aperta pra eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor
Todo dia ela faz tudo sempre igual
Me sacode às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã
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E se um dia ela não fizesse nada disso? E se decidisse acordar tarde e não fazer café? Se acordasse de mau humor e não desse uma palavra? E se atrasasse o jantar? Se nem fizesse nada, decidisse jantar fora? Se dormisse virada pro lado, se puxasse o cobertor e deixasse o pé dele de fora? E se um dia não fizesse nada igual? Se fizesse tudo diferente? O que aconteceria?

Já acordou com vontade de surtar? Sim, com vontade! Com vontade de jogar tudo pro ar, não dar satisfação a ninguém, só a você mesmo? Já sentiu uma vontade louca de largar uma vida cômoda, tranqüila, às vezes até mesmo fácil e mudar o caminho, pegar o mais difícil? Pegar o caminho mais longo, o mais complicado, o mais esburacado... Já sentiu aquela vontade louca de obedecer àquela voz fininha, à voz baixinha que fala muito mais baixo que a voz grossa e gritante da razão? Já chegou a ouvir e entender o que dizia a voz baixinha? A voz da alma?
A razão não deve ser bloqueada totalmente, claro que não, mas não deve ser o único e maior apelo a nos guiar. O equilíbrio é algo extremamente difícil, talvez até utópico, mas a busca dele pode ser o primeiro passo...
Quando se tem condições de realmente jogar tudo pro ar, jogue mesmo! A vida é feita de riscos, você só tem que tentar chegar onde sempre quis estar... E se não der pra largar tudo, mude ao menos nas coisas pequenas.

De vez em quando é bom mudar... mude o caminho quando sair de casa de manhã, entre em outra rua. Tome leite no café da manhã ao invés de café pra variar... coma em uma lanchonete diferente, vá a um lugar que nunca foi mas sempre teve vontade, fale com aquela pessoa que vê todo dia mas não sabe nem o nome, sem pensar se vale ou não a pena, quebrar a cara faz parte da vida, não se pode evitar. Assista a um canal diferente, mude o rádio de estação, leia o caderno do jornal que nunca nem abre, durma pro outro lado da cama... A mudança é sempre o começo de tudo... Mude! Nem que seja o sabor da bala que compra sempre, nem que seja o corte de cabelo, nem que seja a maneira de encarar as mudanças...

segunda-feira, julho 11, 2005

Make belive

É, eu realmente ia escrever sobre alguma coisa que nem lembro mais.... depois que abri meu e-mail e vi que o Weezer vem ao Brasil em Setembro esqueci de toda e qualquer coisa que estivesse pensando pra escrever...
Não morri ainda, mas estou quase falecendo...
Depois de gritar, ficar sem palavras, quase chorar e por pouco não ter um ataque cardíaco, tratei de avisar aqui em casa que em setembro vou a Curitiba de qualquer maneira!
Vou pedir dinheiro na rua, vou pedir um empréstimo, vou fazer o que for, mas vou ao show e tenho dito!
A imagem abaixo é um printscreen que tirei da página do Curitiba Pop (ops! Rock) Festival agora há pouco e que contribuiu pro meu ataque de nervos....

E então, quem levanta a mão e vai comigo também???

sexta-feira, julho 08, 2005

Primeiro segundo...

Acordo todos os dias com a mesma sensação... Um sentimento de vazio, limpeza, pureza. Sinto-me livre de todo e qualquer problema, não sinto a extrema necessidade, que me persegue quase que todo o tempo, de buscar soluções pra tudo...
Quando acordo não lembro que tenho dilemas, não tento resolvê-los. Quando acordo não penso em minhas crises, não penso em correr ou em fugir delas. Quando acordo não me preocupo com o que as pessoas pensam de mim, tampouco lembro que outras pessoas existem.
No milésimo de segundo que precede o real despertar, antes que todas as crises, problemas, dilemas e confusões acordem também, sinto-me leve. Uma levez rápida, uma leveza gostosa. Antes de acordar, antes da minha cabeça despertar, o corpo responde, mas o espírito continua livre...