sexta-feira, agosto 12, 2005

Um carro vermelho passou e só a cor foi notada. Vermelho... brilhante...
"Se fosse meu, seria tão brilhante assim? Acho que não, se fosse meu, eu não ligaria tanto..."
Pensamentos vazios transitam pela cabeça, enquanto, involuntariamente, ela procura mais vermelho a sua volta:
a roleta do ônibus...
a camisa de alguém...
esmalte nas unhas...
mochila de criança...
sirene da ambulância...
flores em um buquê...
propaganda de supermercado...
flores...
Volta-se para o buquê novamente e a s flores parecem piscar pra ela. Por um minuto, nada mais existe a não ser as flores. Por um longo minuto, que parecia eterno, nem barulhos, nem movimento, nem esbarrões... nada...
O ônibus anda e as flores ficam pra trás, com o entregador, que esperava o sinal verde acender pra atravessar...
Ela parecia derreter, parecia que sua vida tinha ficado pra trás junto com as flores. Nada mais tinha importância, nem pra onde ela estava indo, nem a hora, nada... só o que queria era aquele vermelho pra si. Não sabe ao certo se queria pegar, tocar... bastaria tê-lo pra olhar...
Sentia uma vontade louca de chorar, soluçar... e o mais desesperador era que ela não entendia o porquê de tudo aquilo.
O resto do dia perdeu o sentido... nada mais tinha a importância que teria normalmente... nada tinha graça, nada tinha sentido e, especialmente, nada tinha cor...
No fim do dia ela foi pra casa, tentou fingir que nada aconteceu, comeu, dormiu e e não sonhou. No dia seguinte teve de recomeçar tudo, mas as flores vermelhas nunca mais saíram de sua cabeça

4 comentários:

Isa Machado disse...

É!!! Às vezes é assim... e muitas vezes são as flores vermelhas sim as que mais chamam a atenção... Flores vermelhas da paixão... Flores vermelhas do amor... Somente, flores vermelhas!!!
O texto é lindo, tem sentido, vc escreve bem e está de parabéns... precisamos ver o Regalengu!

Anônimo disse...

Carol, acho q sô bruto demais pra entender a filosia por tras do seu texto...mas é lindo, lindo mesmo
bjusss

Anônimo disse...

Esse texto tá bem metafórico... Eu realmente não abro mão das metáforas em um texto meu sequer. Elas não são fáceis de ser usadas, mas as adoro como meio de expressão.

Quanto ao teu texto, estou tentando entendê-lo. Tu escreveu muiot bem, mascarou muito bem, conseguiu me deixar compenetrado..

Me parece que a obssessão dela pelo vermelho é como algo que a gente quer, deseja, almeja, mas vê distante, vê sumir aos nossos olhos, e acaba sempre se conformando em seguir sem ter aquilo..Vermelho me remete a amor também...

A melhor coisa que fiz foi te ajudar com este blog.. Tá dando muito prazer ler isso sempre.. =~~

parabéns, querida.. =***

Anônimo disse...

Que lindo, Carol...

Bom, eu jamais perceberia que é algo metafórico se não fosse o comentário do Carlos. Eu também uso de metáforas naqueles textos mais íntimos, subjetivos. Mas pra entender o que os outros querem dizer... Ih, eu sou um desastre.

Bom, eu espero que a menina ganhe rosas bem vermelhas e volte a sonhar à noite. ;)