sábado, agosto 25, 2007

balanço do ônibus, luz fraca, pedaço de papel e caneta falhando...

sabe quando você quer escrever, mas não sabe sobre o quê?
sabe quando você não tem o que dizer, mas não consegue ficar quieta?
sabe quando você não consegue enxergar direito, mas não tira o cabelo na cara?
sabe quando você não tem fome, mas come de se empanturrar?
sabe quando você quer sair, mas não consegue ir pra rua?
sabe quando você tem que voltar, mas suas pernas não obedecem?
sabe quando você quer gritar, mas não sai nada, nem mesmo um mísero sussurro?
sabe quando você quer chorar, mas as lágrimas estão presas no seu peito?
sabem quando você quer bater, mas é você que não pára de sangrar?
sabe quando você quer cair, mas algo te suspende no ar?
sabe quando você quer dormir, mas o sono insiste em fugir de você?
sabe quando você quer calar, mas o mundo te obriga a falar?
sabe quando você quer falar, mas o mundo se recusa a ouvir?
sabe quando você quer matar, mas só consegue morrer?
sabe quando você quer mudar, mas a rotina te sufoca?
sabe quando você escreve um monte de merda porque a tinta não pára de sair da caneta?

6 comentários:

Anônimo disse...

Ô se SEI, carol.

Adorei seu texto. Adorei MESMO.

Muitas verdades. O corpo e a mente parecem dois seres diferentes de vontades independentes. E muitas vezes temos grandes dificuldades de colocar o que queremos em prática.

=*

Victor disse...

Sei.

Mas esse último nunca aconteceu comigo. Mas eu já falei muita merda só porque estava bêbado. O efeito é quase o mesmo, exceto que vc não fica sujo de tinta, mas pode ficar de outra coisa...

=****

Luanda Lima disse...

Oi,Carol
Sei exatamente o que você está dizendo aí. Às vezes parece que você está preso num círculo vicioso e que não pode fazer nada a não ser acompanhar...
Gostei pra caramba!

.biba. disse...

sei sim.
e eu bem poderia usar esse seu post pro meu blog nesse exato momento.

sabe quando tudo o que você mais quer está muito longe de você e não há simplesmente algo que possa ser feito?
pois então...


:*

Anônimo disse...

lero, lero...
lero, lero...

Renata Braga disse...

Impossivel não saber...