quarta-feira, fevereiro 22, 2006

[...]

- Eu desisto - Disse ela em voz alta, mas falando consigo mesma.
No fundo, no fundo, ela sabia que a desistência não seria eterna. Sabia que mais cedo ou mais tarde ela iria esquecer de tudo, voltar a sonhar, criar expectativas, histórias inteiras em sua cabeça sobre como a vida é bonita, como acordar de manhã inspira e como é doce dormir com um sorriso no rosto.
Mas não agora. Agora ela não queria lembrar que nada disso existe. Agora não queria nem lembrar que há pouquíssimo tempo tudo aquilo era parte da rotina. Agora ela só sabia que a desistência era mais segura e era nela que se agarraria....

2 comentários:

Anônimo disse...

a gente sobrevive a cada dia, querida.

Hoje é melhor para ela desistir. Isso é o seguro para ela.

depois a dor passa, o vento muda, a monotonia vem, e o seguro para ela passa a ser não desistir mais.

e assim a gente vive até que se atinja uma segurança plena. E a mocinha tão amável há de encontrar..

=**

Renata Senna disse...

nossa, depois de um comentário desses, tão poético, o que eu posso dizer?

força na peruca? ¬¬

=***